Como todo mundo sabe, não sou adepta a religiões e só depois de ter criado o blog é que passei a pesquisar mais sobre essas entidades. Conforme lia a respeito, fui me dando conta de como as pessoas tem ideias equivocadas sobre elas e como falam bobagens a seu respeito. Vi caso de gente que dizia que “recebia” sua Pombagira enquanto lavava louças!rss…(quiumba, no mínimo!)

Pra começar, Pombagiras não são obrigatoriamente espíritos de prostitutas ou mulheres vulgares, não induzem ninguém a uma sexualidade desenfreada, muito menos são serviçais, dispostas a atender qualquer pedido em troca de um batom ou de um cigarro. 

O livro “Orixá Pombagira”, do Rubens Saraceni é excelente para quem quer conhecer melhor essas entidades.É um livro barato, facilmente encontrado e bem esclarecedor. Eu li, estou com o livro aqui do lado e admito que a parte que mais me surpreendeu (e sei que vai surpreender vocês também!) é esta:

“Para Pombagira, antes só que mal acompanhada,mal amada e mal servida por seus pares masculinos, isto para suas médiuns,certo?

Que o digam o grande número de mulheres umbandistas que demoram a casar-se ou que, quando mal casadas, se separam e levam suas vidas sozinhas devido à influência de suas Pombagiras, que nelas são ativas e não admitem que seus companheiros (namorados ou maridos) as traiam ou as maltratem…e muito menos que tenham outra e as tratem com desprezo. Assim como não admitem que suas médiuns assim procedam com seus pares.

Pombagira torna suas médiuns ciúmentas e um tanto possessivas em relação aos seus pares, mas nunca estimula nelas o vício da traição matrimonial, preferindo que elas se separem, não adotando esse tipo de procedimento errôneo.

Para Pombagira, é melhor uma separação dolorida que a traição matrimonial. Assim como é melhor a dor da solidão que a amargura e as mágoas de um relacionamento íntimo sofrido ou insatisfatório.

Que o digam as médiuns umbandistas que, ou não conseguem um bom namorado ou um bom marido porque suas Pombagiras já conhecem de cor e salteado as consequências para suas evoluções espirituais que os relacionamentos íntimos instáveis, desequilibrados ou doentios já lhes causaram e não querem ver suas médiuns cometerem os mesmos erros e regredirem pelas dores de um mau relacionamento.

Que o digam elas, que muitas vezes são advertidas por suas Pombagiras que “fulano de tal” não serve para coisa alguma e só vai fazê-la sofrer.

Ao contrário do que possa parecer, Pombagira é seletiva e transmite essa sua “seletividade” às suas médiuns, muitas vezes privando-as de uma companhia masculina, mas livrando-as de dissabores doloridos.

‘Antes só que mal acompanhadas, mal amadas e mal servida’, dizem elas. Infelicidade por infelicidade, melhor viver a própria, que as alheias.

Ao contrário dos seres machos que creem que seus pares femininos estão aí só para serví-los, Pombagira crê que os seres machos só foram criados para servi-la.

A natureza íntima de Pombagira é altiva e dominadora, possessiva e ciumenta, ainda que ela manifeste essas características a seu modo e use seus recursos e dotes para subjugar suas ‘presas e servidores’.

Agora para Pombagira, relacionamento íntimo recomendável é aquele que não implica sofrimento, mágoas e ressentimentos a nenhum dos envolvidos nele, independentemente de serem casados ou não, e desde que lhes proporcione prazer e satisfação e não atentem contra os princípios da vida, gerando abortos ou infância desamparada.”

É interessante, porque se ouve muito dizer que “Pombagira dá, mas depois tira”, já ouviram falar disso? Será que ela está tirando mesmo ou nos livrando de um mau relacionamento? Outro ponto a refletir: será que a pessoa que pedimos é capaz de nos oferecer um relacionamento como o descrito acima?

Se a pessoa tem um relacionamento que está lhe causando mais sofrimento, que alegrias, eu duvido de que Pombagira vá ajudá-la a mantê-lo. Mais fácil que afaste de vez (e rapidinho) a causa do seu sofrimento. Enfim, é bom saber o que (e QUEM) pedir a Pombagira.

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